quarta-feira, 29 de setembro de 2010

:: nunca mais

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nunca ter pensado em dizer nunca
nunca mais o latido do cachorro de baixo
nunca mais a bagunça da vizinha do lado
nunca mais o cheiro do churrasco do outro
nunca mais o corredor cheio de apartamentos
nunca mais a plaquinha quinhentos e nove
nunca mais o elevador descuidado
nunca mais os porteiros curiosos
nunca mais na varanda pra ver chegar quem se ama
nunca mais risadas e futilidades aqui

nem as pizzas no tapete da sala
nem os lixeiros sem sacos
nem a falta de toalha no banheiro
nem o vasos d´água vazios
nem a pia cheia de pratos sujos
nem os fins de semana em casa
nem seriados, nem novelas gravadas
nem heavy metal pra zoar

nunca mais ser feliz assim
nunca mais vai ser como foi
nunca mais?
nunca...

[é que está complicado. muito. que jeito? escrever...]
.











segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

:: ao tempo

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ao tempo em que me liberto,
prendo-me.
aos medos, às dúvidas e receios.

ao tempo em que completo,
divido-me,
entre o fim, o início e o meio.

ao tempo em que acho certo,
engano-me
na forma, no gesto, no jeito.

ao tempo em que te amo demais,
confirmo-te
nos olhares, nos abraços e beijos.

[p/m.f.]


quarta-feira, 25 de novembro de 2009

:: cadê meus lápis coloridos?

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e meus lápis coloridos?
que deixei aqui mesmo?
quem pegou?
se foi você, peço que deixe de brincadeira.
brincadeira sem graça.
não se faz. por favor!
contornei com cuidado,
preenchi com firmeza.
será que posso terminar meu desenho?
está incompleto. feio.
desbotado.
na verdade, eu preciso terminar.
eu nunca desenhei assim antes.
é diferente pra mim. é intenso. é sublime.
e é o primeiro desenho real!
e não esperava estar lhe dizendo essas coisas.
logo a você...
quer saber? tem amor no meu papel.
uns detalhes de carinho, uns traços assim...
... aparentemente casuais.
morda-se!
[mas não quero brigar]
não vou tomar de sua mão,
nem dizer à minha mãe.
nem à sua. que nunca devia tê-la parido!

vou esperar que me devolva.
enquanto isso, vou ficar olhando a figura,
pensando no que posso fazer melhor.
sei lá... vou pegar a borracha.
e não se importe se eu chorar. não é com você!
é só vontade de continuar minha arte.
com alegria!
não tenho culpa de sua existência, tristeza.
fechado: deixo você ficar com o cinza
e devolve as outras em minha mesa...

[p/m.f.]


segunda-feira, 16 de novembro de 2009

:: salmão à amarra gordo

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:: ingredientes:
1 filé de salmão
4 tomates frescos
1 cebola grande
½ pimentão
tempero alho pronto
sal e azeite
2 laranjas
5 colheres de sopa de requeijão light
2 ½ colheres de sopa de molho de mostarda
1 lata de ervilhas em conserva
3 colheres de martini [bianco]
1 gordo faminto

:: preparo:
fatie o salmão em 4 partes ligeiramente iguais, tempere a gosto com alho pronto. reserve.
corte o tomate em tiras e o pimentão e a cebola em rodelas. leve à frigideira com azeite.
em fogo brando, deixe que dourem, retire da frigideira e reserve.
leve o salmão à frigideira sem adicionar azeite. quando estiver levemente grelhado, salpique o sal com uma pitada para cada fatia de salmão.
corte as laranjas, retire os caroços e esprema seu suco em cima do salmão. [pré-aqueça o forno].
adicione o tomate, cebola e pimentão e mantenha em fogo brando até que o salmão esteja grelhado.
separe uma travessa de vidro [que possa ir ao forno] e monte o salmão como antes de fatiá-lo. despeje por cima o tomate, pimentão e cebola. reserve.
atenção: enquanto você prepara o salmão, pegue o gordo e coloque ele para fritar bananas em rodelas! [postagem do gordo].
em um recipiente, coloque o requeijão, a mostarda e as ervilhas juntamente com seu líquido em conserva. mexa até obter uma mistura bem homogênea, mas com cuidado para não amassar as ervilhas.
se quiser, adicione duas colheres de martini ou, simplesmente, meia xícara de água para desengrossar a mistura.
despeje por cima do salmão e leve o forno e mantenha em fogo médio por uns 10 minutos. acompanhe até que doure o molho das ervilhas.

:: sugestão:
sirva com salada [alface americana, rúcula, agrião, tomates frescos, rodelas de cebola e pimentão, fatias de manga e maçã, uva passa e queijo tipo parmesão em pequenas fatias], arroz temperado e bananas fritas ao óleo de girassol - são excelentes acompanhamentos!

[coisas que só um coração apaixonado e uma mente sem juízo fazem. desde quando receita é post de blog? é porque é romântico fazer. eu, ao menos, acho! rsrsrs]

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

:: que tempo?

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ela me pediu assim... [isso merece um post, não é?].
e eu pensei [sempre ela me pede quando a ocasião realmente merece].
então, respondi [humrum, com certeza].
ela? riu e olhou pro sol..

[...].

quem viu e ouviu achou que fosse questão de, exagerando, dez minutos.
mas eu nunca acabo correspondendo minhas atitudes às minhas palavras. ao menos em relação ao tempo. que tempo?
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então que seja assim! parem de corresponder palavras às atitudes - ao menos no tempo.
e é por isso que eternizo, que mantenho guardado.
os sentimentos podem até mudar, mas o que se cultivou naquele instante é estático e etéreo.
e assim os percebi. três noites, sendo duas com todos. dois dias, inteiros com todos.
três noites e dois dias e um amanhecer particular com uma fatalidade aparentemente sem propósitos, num dia desses qualquer.
mas virou propósito. transformou-se em ideários. trouxe alegria.
e junto com tudo isso – porque creio que a oração não é feita só para o santo – veio aperto no coração, lágrimas e dúvidas e, por fim, a serenidade.

ah, essas coisas que Ele apronta.
e desapronta também. basta achar que não deve ser!
fazer o quê? lamentar?
isso, lamentar.
mas ,por enquanto, vive-se nessa brincadeira de se estar vislumbrando.
com o amor, as amizades, com tantas coisas
com um sol desconcertante, um mar benfazejo e uma brisa dissimulada e mentirosa.

[só não me desapronte agora, viu, Senhor?]
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